terça-feira, 29 de julho de 2008

De pacanina...


... em Trás-os-Montes, acabada de chegar do Brasil, imunda como só as crianças sabem ficar... e um olhar que me parece meio perdido nesta foto... será? Não lembro...

Mas foi assim que senti hoje, ao olhar esta foto e ao olhar o espelho e a imagem nele reflectida...

Ingenuidade, genuinidade... será que há diferença no significado... penso que sim...

Será que alguma destas características, que tanto podem ser uma qualidade como um grave defeito, podem servir de justificação para os nossos erros, para a nossa insegurança, para a nossa impaciência, ou melhor ... ansiedade!? Penso que não...

E como viver e conviver com isto?

Porque é que um dia acordamos confiantes, de alma cheia, com vontade de viver a vida e o que de bom ela nos trás, naquilo que aceitamos como sendo o que nos faz felizes independentemente das circunstãncias - achamos que temos tudo na mão, mesmo que nada alcancemos, porque... "há palavras que nos beijam"... Vivemos intensamente e degustamos demoradamente estes momentos, apurando todos os sentidos ao máximo... só porque é assim, porque há amores assim, porque nos aceitamos assim, porque nos sentimos no céu... Vivemos de saudades do futuro, de esperança...

... e porque haverá outros em que, sem razão aparente ou aparentemente sem razão, tudo se desmorona, as certezas se esvaiem no espaço e no tempo e as incertezas se intensificam, a realidade é cruel e a tomada de consciência dói e fere de uma forma que nos tinhamos prometido não aconteceria... realizamos o lugar que ocupamos, o que na realidade representamos... aquilo a que nos votamos... e choramos desalmadamente e... aparentemente sem razão... e percebemos que não controlamos o futuro e a esperança esmorece, mas não morre... nunquinha!!

Depressão? Não tenho tempo nem vocação costumo dizer... mas o que não mata, mói... and I'm only human!!

Todas as nossas reacções, são condicionadas pela sensibilidade do momento, e estas, por sua vez, condicionadas por tudo o que nos envolve, somos fruto da sociedade em que vivemos, do meio em que estamos inseridos e é por tudo isso e que apesar de tudo... pretendo manter a minha ingenuidade e a minha genuinidade...

... sabem lá a que preço!

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De repente, vi-me menina, na Escola Primária - Ângulo Recto, na Amadora. Não era mais que um apartamento de 3 assoalhadas num prédio da principal Rua da Cidade. Uma sala de aulas e duas outras salas onde funcionavam os recreios, naquela altura, meninas de um lado, meninos de outro - o único ano em que tal me aconteceu, estavamos em 1981... Era já noite e eu era a última menina na escola, à porta, com uma "contina" (nem sei se é assim que se escreve), hoje temos o nome pomposo de auxiliares da acção educativa. A minha casa ficava pertinho, mas aquela rua imensa e cheia de trânsito parecia-me assustadora do alto dos meus 6 aninhos. As lágrimas assomavam-me aos olhos, será que se esqueceram de me vir buscar?? Poderá alguém perceber o drama vivido na altura, interiormente claro...

Como não podia mais esperar, e já não me lembro como a "contina" me deixou ir... saí da escola em direcção a casa. Empinei o meu nariz, como sempre nos momentos difíceis, e caminhei corajosa e decididamente rua a fora... Como estratégia, juntei os meus passos aos de outras pessoas apressadas por chegar a casa no final de mais um dia de trabalho, atravessei aquela estrada assustadora, na passadeira e junto a mais algumas pessoas. Por momentos apeteceu-me começar a correr sem parar, ou melhor, parar apenas em casa. nem olhei para a padaria dos meus bolos preferidos com as suas bancadas de mármore... cheguei a casa... sã e salva...

... afinal não se haviam esquecido de mim, apenas um malentendido entre a mãe e a avó que pensavam que uma e outra me iam buscar...

... afinal ainda gostavam de mim...

[perdoa se te faço mal...]

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sábado, 26 de julho de 2008

Tempo...


Não é por falta de vontade ou tão pouco por falta de tema. Não é por não querer mais estar aqui, ou por estar desencantada com algo. Não é por estar de férias (porque nem estou) nem é por estar a trabalhar. Não é por nada... é só porque ...

Porque desde o acordar ao deitar parece que o tempo voa, porque o tempo que tenho de dedicar à minha presente realidade me absorve por completo. Porque me entrego sempre inteira àquilo que desejo, gosto, quero...

Porque a vida não para e acontece a cada minuto, e cada minuto é tão intenso como o incenso que aromatiza a minha nova existência... hoje, canela...

Porque quando penso que vou ter tempo de vir aqui ao meu cantinho tão cheio de mim, se atropelam as ideias e as conversas e aquilo que quero transmitir ou aquilo que quero esconder, ou aquilo que quero disfarçar nas palavras escritas mas que quero evidenciar no que sente quem lê... e a quem efectivamente se destinam...

Porque tudo tem acontecido tão em simultâneo que às vezes duvido de que eu tenha passado por certas coisas, ou elas apenas passaram por mim, qual furacão...

Porque quero falar de amor, de vida, de esperança, de desejo, de futuro, mas também quero falar de desencanto, de frustração, de trabalho, de vida, de existência, de alegria e de dor... de aceitação, resignação e de coragem...E tudo se baralha e tudo se confunde, como um sorriso sincero entre lágrimas de dor... antagonismos, realidades que só fazem sentido pela existência dos contraditórios...

Porque quero falar de Amizade, porque sinto saudades dos meus Amigos, tantas...

Porque quero falar de Angola, porque quero sentir Angola, cheirar Angola e viver Angola... e nasce um nó na garganta que preciso desfazer...

Porque quero falar das incertezas, da solidão e dos receios que me assaltam e que combato com o meu sorriso e o meu nariz empinado e muito também... com o teu sorriso, com a tua confiança e amizade...

Porque quero falar do meu bem mais precioso e pacanino e como é bom partilhá-lo com quem me gosta...

Quero falar de tanta coisa ...

... mas agora... não tenho tempo...

...voltarei...

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sábado, 19 de julho de 2008

Vida nova...


... começa aqui e agora!!

Hoje escrevo de um sítio que posso considerar meu, há muito tempo que não sentia algo como meu, como sinto hoje!!
Hoje, nada acaba... tudo começa...

Hoje estou cansada, mas felizmente cansada... não da alma, como vem sendo hábito... mas cansada fisicamente e com a alma leve como uma pena...
Daqui de onde me encontro vejo o futuro... e ele sorri...

E como gosto de vos ter, Amigos, comigo juntinhos, nesta minha caminhada rumo à Felicidade...

Obrigada!

E a TI... obrigada por acreditares em mim, por me gostares, por fazeres parte... Eu Gosto-te!

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sexta-feira, 11 de julho de 2008

Nós


Não "Nós", mas nós que se nos dão sem nos apercebermos, que baralham tudo e que custam a desfazer... sufocam, oprimem... trazem angústias, medos, fobias, pânicos, ataques de choro...

... "Nós" ... trazem sorrisos, lágrimas boas, prazer, esperança, alegria... Felicidade...

Uns e outros coexistem ora em cumplicidade ora em conflito dentro de mim...

Adoro-nos, mas detesto nós!

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terça-feira, 8 de julho de 2008

Aparências...



As coisas mais bonitas podem surgir nas condições mais adversas...

... como estas flores nasceram num lugar aparentemente inóspito, como seja a muralha do Forte de S. Filipe, em Setúbal... Como eu costumo dizer, as aludências aparudem, ou seja ... as aparências iludem :D

Como tal... a Esperança é a última a morrer e...

"...há dias que marcam a alma e a vida da gente..." Mariza in Chuva

Hoje é mais um "primeiro dia do resto da minha vida!!" Sérgio Godinho in o primeiro dia

... P'ra semana há mais :D

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sexta-feira, 4 de julho de 2008

Só porque...

Fotografia de Fernando Lusbelo - Embondeiro - Angola


Eu fui devagarinho, com medo de falhar
nao fosse esse o caminho certo para te encontrar
fui descobrindo devagar cada sorriso teu
fui aprendendo a procurar por entre sonhos meus

Eu fui assim chegando, sem entender porquê
já foram tantas vezes, tantas assim como esta vez
mas é mais fundo o teu olhar, mais do que eu sei dizer
é um abrigo para voltar,ou um mar pra me perder

Lá fora, o vento, nem sempre sabe a liberdade
a gente finge mas sabe o que nao é verdade
foge ao vazio, enquanto brinda, dança e salta
eu trago-te comigo e sinto tanto tanto a tua falta

Eu fui entrando pouco a pouco, abri a porta e vi
que havia lume aceso e um lugar pra mim
quase me assusta descobrir que foi este sabor
que a vida inteira procurei entre a paixao e a dor

Lá fora, o vento, nem sempre sabe a liberdade
gente perdida balança entre o sonho e a verdade
foge ao vazio, enquanto brinda, dança e salta
eu trago-te comigo, e sinto tanto tanto a tua falta

Lá fora, o vento, nem sempre sabe a liberdade
gente perdida balança entre o sonho e a verdade
foge ao vazio, enquanto bebe, dança e ri
eu trago-te comigo

e guardo este abraço só pra ti !

Gente Perdida - Mafalda Veiga

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terça-feira, 1 de julho de 2008

Amigos do Huambo

Mais um maravilhoso encontro entre maravilhosos Amigos, num maravilhoso Domingo de um maravilhoso Junho de 2008 - o 29!

Caldas da Raínha pois claro!

As fotos, algumas, ficam já aqui... as palavras surgirão a seu tempo...
Obrigada a TODOS, Sempre POR TUDO!
ESTAMOS JUNTOS!