quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Apontamentos - Tomás

3 da manhã ...

Mãmã ...

Sim filho já vou ...

(de notar que enquanto eu não chego ele não pára de chamar mesmo que eu vá respondendo)

Quero fazer xixi!

Vamos então ...

Até aqui tudo normal, mas lindo lindo foi vê-lo, sentadinho na sanita com o ar mais sofredor do mundo, fazendo beicinho e choramingando:

- Mãmã ... porquê tenho que dormir todas as noites??

Risos, muitos risos, apesar de serem 3 da manhã :)

Esta foi bem mais fácil que a da água molhada :D ... que por enquanto não voltou a lembrar-se :)

São momentos destes ... que me fazem sorrir...


... pronto, tá bem ... há outros sim ... tem havido... :)

Obrigada a todos quantos me proporcionam sorrisos!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Amigo Aprendiz


Quero ser teu amigo
Nem demais e nem de menos
Nem tão longe e nem tão perto
Na medida mais precisa que eu souber

Mas amar-te como próximo,
sem medida,
E ficar sempre em tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber

Sem tirar-te a liberdade
Sem jamais te sufocar
Sem forçar a tua vontade

Sem falar quando for a hora de calar
E sem calar quando for a hora de falar
Nem ausente nem presente demais
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.

É bonito ser amigo,
Mas confesso,
É tão difícil de aprender,

Por isso eu te peço paciência
Vou encher este teu rosto
De alegrias, lembranças!
Dá-me tempo para acertar nossas distâncias.

Fernando Pessoa

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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Guerra e Música ... coisas que marcam

Era ontem...

Era ontem que eu queria aqui ter voltado. Apesar de eu não utilizar muito este Blog para falar de questões do Mundo, sempre que estas dizem directamente algo ao meu sentir, procuro referenciar. Aliado às minhas memórias mais longínquas também está este Homem e esta música...
Fez ontem 25 anos que morreu Adriano Correia de Oliveira, com 40 anos. Não farei aqui a sua Biografia, isso farão muito melhor os jornalistas ou estudiosos destas matérias, e recuso-me também a fazer um copy/paste de algo que alguém escreveu.

O que eu recordo:

Teria uns 5/6 anos, já na Amadora, naquele "magnifíco" apartamento de duas assoalhadas na Rua principal, Elias Garcia nº 77 1º Fte, bem pertinho da Sociedade Filarmónica Recreio Artístico da Amadora... onde dividi com o meu irmão, 4 anos mais velho, uma sala que era um quarto e onde ficámos até 1989, eu com 14, ele com 18...
Bem, mas voltando ao assunto que já estou a divagar...
Uma das coisas que eu adorava era refugiar-me no quarto dos meus pais e ouvir no rádio-cassete de mesinha de cabeceira o programa "Quando o telefone toca" e depois repetir a frase com o ouvinte que ligava... penso que era a Rádio Comercial, mas não tenho a certeza...
E era aqui que tocava bastante Adriano Correia de Oliveira e "A trova do vento que passa". Longe das questões políticas, ainda hoje, aquela música deixava-me de lágrima no olho, algo me dizia que aquilo tinha um pouco a ver com a minha/nossa história.

"Pergunto ao vento que passa/notícias do meu país/e o vento cala a desgraça/o vento nada me diz"

Por isso, por isto, pelo que me fez/faz sentir ainda hoje, aqui a minha homenagem a este Homem.

Outra das músicas que não só me deixavam de lágrima no olho, mas sim com elas a correr cara abaixo era a "Menina dos olhos tristes" de Zeca Afonso [seria Zeca ou também Adriano??]

"Menina dos olhos tristes/o que tanto a faz chorar/o soldadinho não volta/do outro lado do mar"

Aproveitando o facto de ter escrito este post, sem pensar, ao correr da pena, como gosto, justifico não tê-lo feito ontem pelo seguinte:

Deu, ontem às 21H na RTP1, um programa sobre a Guerra Colonial, e dará mais episódios, ao que julgo saber sempre à terça-feira. Estive a ver, obriguei-me a ver até ao fim, se bem que a meio estive para desistir. Mas, como disse, obriguei-me a ver. Não posso deixar que a sensibilidade me afaste da realidade, terá chegado a hora de lidar com algo de que sempre fugi... a Guerra. Falar dela, simplesmente, algo que me deixa de rastos. Ver este programa saíu-me caro, uma noite mal dormida...

Ainda vai ter que nascer alguém que me consiga explicar as "razões" da Guerra. E não me contento com qualquer resposta, recuso-me a aceitar um simples "a rebelião dos povos pela libertação"... Não me convence, terão que fazer melhor!

Aquilo que ouvi, e aquilo que vi não se justifica com NADA!

Não posso esquecer um recorte de Jornal que citava Mário Soares em qualquer coisa como: Em caso de emergência, atire-se contra os colonos Brancos ... algo assim. Acho que esta frase, só por si, é suficiente para ilustrar a dita "pessoa" ...

Tenho pena, muita pena, de não ter estudado na escola o processo de descolonização, mas ainda não era "história"...

Um último ponto para esclarecer: Sou a favor da descolonização (não daquela, ou da forma como foi feita), da independência do País que me viu nascer, quero-o livre da Guerra, quero-o próspero e saudável, a ele, ao povo ...


Oooopsss... falei demais... :(

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terça-feira, 16 de outubro de 2007

Viagem a um passado...


Um passado além daquele que me lembro. Lembro-me, antes, de o ouvir vezes sem conta pela boca da minha avó. De tanto o ouvir, quase podia jurar que me lembro de ter vivido aqueles momentos, mas é impossível. As minhas primeiras recordações são aquelas que lá atrás já contei, naquela magnifica quinta...

Estas que agora conto, reportam ao período que estive no Brasil, entre os meus 4 e 15 meses salvo erro. De tal forma que, segundo rezam as histórias, as primeiras palavras que eu disse foram "Mâe" e "Pâe", mesmo à brasileira. Ao que sei também, delirava a ouvir Roberto Leal, punha-me logo a dançar, mas esta parte passamos à frente, boa? :p

Esta menina irrequieta, pois, era muito bem mandada. Tanto que quando se lhe dizia: "Natacha, não mexe aí" ... a pacanina ia pondo a mão ao mesmo tempo que repetia "Não mexe aí", sendo que logo de seguida estendia a mão e dizia "Tatau" ... Descarada, não? Mas não só.... segundo a minha avó, mesmo que não me estivessem a ver fazer a asneira, eu não deixava créditos por mãos alheias, procurava logo um adulto, de mão estendida, dizendo: "Tatau", mau ,pensavam eles, já fez alguma... e era mesmo verdade...

Compreendo agora esta minha tendência, ou falta de jeito mesmo, para mentir ... porque será??

Lindo lindo, foi quando, de gatas, e chamando pela empregada que vivia do outro lado da rua, me escapuli de casa e me foram apanhar já no meio da estrada, sempre de gatas, chamado "Isaaaa" ... A esta distância, sempre que se fala nisto há sorrisos, mas não imagino o susto de ver uma pacanina atravessar uma estrada perigosa, em cima de uma curva ...

Mas estou aqui, e ainda por cima... nota-se ;)

De vez em quando dá-me para estas coisas da memória... sorry, tá?

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segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Coração nas mãos...


Silêncios cúmplices
Abraços apertados
Olhares transparentes
Beijos molhados
Palavras tão quentes
Desejos ardentes
Sonhos vívidos
Palpitares carentes

Sopros amenos
Delírios infantis
Arrepios serenos
Suspiros febris
Perfumes lilazes
Toques subtis
Aromas audazes
Deliciosos perfis

Ânsias escondidas
Sentidos apurados
Promessas cumpridas
Amores negados
Encontros marcados
Corações em compasso
corpos se unem
E selam com um abraço

Tenho o coração nas mãos ...

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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Há coisas que não se explicam

Porque será que, derepente, do nada, me surge esta música na mente? Uma música que não ouvia há séculos! Hoje, no fim da minha tarde, agradável por sinal ... surge-me ... e não consigo evitar a lágrima ao ouvi-la... Vá-se lá explicar...

A vida é bela e é o sonho que a comanda... Vou perseguir os meus sonhos, ser Feliz!



segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Reflexo de um desejo


Quanto de mim ainda sou eu

neste tropeço de vida que me sustém

Quisera a ti poder sempre recorrer

Para lá duma vida que me detém

Enquanto uso ainda de alguma razão

que depressa se esvai no ar que respiro

Pois se de Paixão se inunda o meu coração

E a tua imagem da cabeça não tiro

Deixa-me que te diga então bem depressa

Num rasgo diria que de sobriedade

Amo-te quanto amar possa significar

Todo o respeito pela nossa amizade

No dia em que assumirmos em nós um fim

O que será certamente uma ilusão

Vamos lembrar com tanto carinho

Tudo o que vivemos com tanta Paixão

E se de mim não sobrar uma lágrima

Saberás certamente entender

Como nos gasta, nos corrói até à alma

Um grande amor, de impossível, não viver ...

domingo, 7 de outubro de 2007

Introspecção...

Às vezes, talvez menos que as necessárias, parto numa viagem pelo interior de mim.

Sou critica, muito critica até, e apesar de que a apreciação final sair positiva, pontos e características há que eu gostava de alterar e ... não consigo.

Onde fica o limite entre o ser genuína e o ser otária?

Onde fica o limite entre o ser verdadeira e o ser inconsequente?

E o limite entre a perseverança e a teimosia?

Ou entre o ser pragmática ou premeditada?

E, principalmente, onde fica o limite entre o certo e o errado quando falamos de sentimentos?

Há linhas muito ténues...

Será errado, poderá alguma vez ser errado amar? Poderá ser errado seguirmos a voz do nosso coração ignorando a razão?
O calculismo é algo que me falta e não há nada que eu faça consciente com o intuíto claro de prejudicar terceiros para vencer eu. Antes, sofro eu...
Dirão algumas pessoas que têm a paciência para me ler que eu sou "uma boa pessoa"...
Bahhh!
Mas eu não quero ser SÓ uma boa pessoa... eu quero ser Feliz com isso. Complicada esta cabeça? Pois, era uma das coisas que eu gostava de mudar e não consigo.

Isto levar-nos-ia a uma looonga conversa.... mas, abreviando...

Esta viagem, a última, trouxe-me novos sentires, novos aromas, novas experiências, afinal também eu estou bem diferente desde a última que havia feito.

Certo é que ninguém pode dar o futuro como adquirido. Não sabemos o que ele nos reserva, não vale sequer a pena perder tempo com isso. O que temos é o presente!
E o presente é um constante descobrir, para mim, neste momento. Descobrir que estou viva, que existo. Descobrir que ainda há quem note isso mesmo. Deixar-me levar pela vontade simples de querer ir e sentir coisas novas, sem busca de explicações, sem medos de intenções ... se nem eu própria sei quais as minhas.

Ou melhor, sei... as minhas intenções são viver o máximo de momentos felizes. Sei que os haverão tristes, sim, também tenho medo da solidão, mas este momento é feliz, vou aproveitá-lo mesmo que ele termine já já a seguir...

Obrigada...

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quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Sentido de oportunidade

Chego a casa do trabalho, serão cerca de 20H15. A "ligeira" constipação que tomou conta de mim nestes dias, trouxe-me também, e depois de uma tarde "magnífica" de atendimento ao público, uma dor generalizada de cabeça, garganta, ouvidos...

O Tomás está pronto para ir para a cama e espera apenas que chegue o intervalo do futebol (ele não sabe que é intervalo, pensa que é o fim) para ir para a caminha. Gosto de manter regulares os horários de deitar.

Eu janto, entretanto lá chega o intervalo e cama com ele. São cerca das 21H.

5 minutos depois:

- Mãmã!!
- Sim filho!?
- Anda cá...
- Diz lá filho!
- Quero conversar contigo!

Boa, penso eu, não há-de ser nada e vou fingir que não estou com a cabeça a rebentar...

- Então vamos conversar um bocadinho, mas é tarde e depois tens que fazer ó-ó.
- Tá bem mãmã. Sabes, eu já estou habituado, concerteza...
- Sim filho? Digo eu não percebendo onde ele quer chegar (pensando bem depois, percebi que me queria mostrar que sabe dizer palavras dificeís).
- Eu tenho muitos amigos. Os crescidos são muito simpáticos. Eles falam comigo, eu falo com eles e rio muito. Eles empurram-me... o Jorge entalou-me e eu chorei chorei chorei... bla bla bla...
- Filho, e porquê te empurram?
- Olha... não sei, mas eles são muito simpáticos.

A esta hora já a minha cabeça tinha dado um nó...

- Mãe, diz lá o nome dos meus amigos!
- Não sei de todos!
- Mas diz lá mãe, o Duarte, a Joana... bla bla bla bla
- Tomás!
- Bla bla bla bla...
-Tomás!! Tens que dormir filho que amanhã tens que ir para o colégio cedo e a mãe tem dor de cabeça!
- Quero água! Mãe, porquê a água é sempre molhada!??

Pânico!!

- Tomás, é muito tarde, tens que descansar e a mãe também porque tem dor de cabeça. Amanhã explico-te!
- Tá bem mãmã, vai-te lá embora! (pois!)
- Dorme bem filho, gosto muito de ti!
-Eu também!!

Está a chegar a hora de ir buscá-lo! Será que ele se vai lembrar da conversa de ontem e questionar-me again sobre a água molhada???

PÂNICO! :D

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Fly


I guess it's not too late to start learning how to fly...

As long as I get my wings...



I guess I found my wings...

I guess today I started flying...

And I will reach higher... and higher...

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segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Adenda ao último post!


Pois!! Puxam-me pela língua, a mim, não à vaquinha, e depois não se queixem! :D

A verdade é que, como diz o meu Amigo João Navarro, ao reler o post anterior me surgiram mais algumas memórias, uma das quais não poderia deixar de contar... uma não, na verdade, duas ;)

Como já disse, a propriedade onde se erguia esta vivenda era enorme. Acontece que, caminhando para Norte da propriedade, em passeios com a minha a avó e irmão, era recorrente encontrarmos muitas vaquinhas a pastar controladas pelo Sr. Manel.
Do mesmo modo era recorrente eu ouvir sair da boca do Sr. Manel, e perdoem-me o palavreado: "Ah vacas dum cabrão" (sic.).

Pois a Pacanina, quando a prima Carlota alvitra a hipótese de eu ir dar um recado ao primo que se encontra para esses lados da propriedade, responde: "Eu não, que está lá o Sr. Manel das vacas dum cabrão" ... :D

Escusado será dizer que o meu receio não era pelas vacas, que até lhes fazia festinhas... era mesmo pelo Sr. Manel..... oooopsssss!!

Bom, a segunda, e menos engraçada, mas que me ocorreu foi:

Em frente à dita propriedade passava uma estrada, e depois dessa estrada continuavam terrenos de cultivo onde eu gostava bastante de andar, por entre as couves, as uvas, enfim, sempre o contacto com a terra para mim foi importante... No limite da horta passava uma ribeira, e junto a essa ribeira várias oliveiras. Chegada a altura, que sinceramente não sei dizer qual é, ia com a prima Carlota até lá, estendiamos (gosto de acreditar que eu também ajudava) um lençol, ou algo que o valha, por baixo das oliveiras e enquanto os adultos batiam com as varas nos ramos da oliveira, eu divertia-me a recolher as azeitonas que saiam fora do dito lençol.
Ora numa destas empreitadas, não é que a prima Carlota "resolve" cair à ribeira!!??
Lembro-me de ficar entre o assustada e o perdida de riso... acho que ela não gostou muito :D

Bem, já chega! Já chega de passado, bora lá masé encarar o presente e construir o futuro ;)

Beijos! Pacaninos...

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