Hoje apetece-me falar de avós. Já aqui falei muito particularmente da minha avó paterna que foi a que sempre esteve mais próxima de nós (geográficamente falando). Mas os outros 3 também são, para mim, muito importantes, sendo que dois deles, os avôs, já faleceram.
O motivo que me leva hoje a falar dos avós não é de facto o mais feliz. Tenho a minha avó Maria (quem não tem uma avó Maria?), avó materna, e que neste momento se encontra na casa dos meus pais, com uma infecção respiratória :( ... Ora, se pensarmos que a jovem tem 84 anos ... não é animador. Por outro lado ela é uma mulher de força e coragem e por isso, vamos acreditar! Mas vamos lá falar um pouquinho de avós.
O meu avô Daniel, avô paterno.
Eu não conheci o meu avô Daniel, embora ele me tenha conhecido, a ele devo o facto de ter nascido em Angola, pois foi ele que partiu de Trás-os-Montes no início dos anos 50. Foi trabalhar para a construção, mas com o passar dos anos virou camionista e percorreu aquela terra com os seus camiões. O meu avô está sepultado no Huambo/Angola, no cemitério do Bairro S. Pedro. faleceu quando eu tinha 2 meses. Conta a minha avó que ele brincava comigo e dizia "Olha a lêndea o que tem os olhos de arregalados" ...
Um dia, em Junho de 1975, depois de assistir a um jogo de futebol do Recreativo da Cáala, clube do qual era sócio, foi atropelado por uma motorizada, tendo batido com a cabeça no chão, veio a falecer no Hospital Central... 42 anos de idade. Tenho num sentimento especial por este avô que não conheci! Um dia vou colocar uma flor na sua campa ...
O meu avô Arlindo, avô materno.
Como eu gostava do meu avô! Como gostava em pequena de o ir ajudar na Praça, onde ele vendia frutas, hortaliças, ovos e afins. Carregar e descarregar a carrinha, atender os clientes e mais ... ele até me deixava fazer os trocos e pesar, sempre comigo debaixo de olho ... Por vezes até chegava a ir com ele às hortas e apanhar a mercadoria directamente ... eu adorava aquilo... andava na primária, mas sempre que podia lá ia eu com ele, a cantar, sempre a cantar eu...
E depois, quando iamos à terra, iamos plantar batatas, iamos cavar, apanhar ... tanta coisa que eu gostava. Este contacto com a terra e o trabalho. Acho que já vem daí o meu gosto pelo trabalho, ser útil, ver alguma coisa a acontecer pela nossa mão ... e o meu gosto pela natureza, o contacto, não só com a terra, mas também com os animais ... Bons tempos. Depois de ter visto uma perna amputada, nunca mais foi o mesmo. Não estava habituado a uma vida sedentária, deixou de poder cuidar da sua fazenda, da sua vinha, perdeu alegria ... faleceu com 84 anos.
A minha avó Leopoldina, avó paterna.
A minha avó tem 86 anos. às vezes até me esqueço porque ela está impecável. Claro que as forças já não são as mesmas, e, para além de um problema no olho que foi tratado no IPO de Lisboa, onde ainda é consultada, graças a Deus a saúde tem-na preservado. Esta foi avó que vivia conosco e depois teve que ir ajudar a minha tia, passando a viver com ela, andava eu também na primária. Devido a tamanha proximidade, esta também foi a avó com quem tive mais conflitos, mas também mais cumplicidade ... sem dúvida!
Ainda hoje vive com a minha tia.
A minha avó Maria, avó materna.
A razão da minha actual preocupação. A minha avó Maria tem 84 anos, como já disse. Desde que o meu avô faleceu, em 2001, quis sempre ficar na sua casa na terra. Mas há medida que os anos avançam lá se foi convencendo em passar algumas temporadas na casa das filhas e/ou netos. Tinha estado no Norte em casa da filha mais velha, mas sempre regressa à terra por altura dos finados. Essa é a altura em que a minha mãe a vai buscar para ela depois vir para aqui e passar o Natal. Desta vez a minha mãe não a encontrou de muito boa saúde. Apanhou gripe, não foi ao médico e o resultado foi este. Infecção respiratória... vamos aguardar e ter esperança. Está medicada, acompanhada e, sobretudo, é uma mulher de força!
Como gosto de todos os meus avós!! Obrigada SEMPRE por tudo!
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quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Avós...
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3 comentários:
Os avós... esses segundos pais que às vezes até são, em bom rigor, os primeiros.
Tens aqui uma bonita homenagem...
Ao ler o parágrafo do Avô Arlindo, com quem "plantavas" umas batatas, foi à gaveta da memória recordar quando eu, em miúdo, tentava ajudar na apanha da batata em São Pedro do Sul... a técnica era não acertar nas da frente, nem nas de tras... acertar ali no meio para mim era complicado...
Ora... na terra, depois de apanharem as batatas punham as boas para um lado e as cortadas para outro, porque eram as que se tinham de comer primeiro antes que se estragassem....
Escusado será dizer... as que eu apanhei iam para o monte das cortadas. Mas que pontaria! Conseguia corta-las a todas :)
Um beijinho grande, minha amiga, e bom fim-de-semana
Gostei de ler este teu post, despertou bons e velhos sentimentos, fez-me recuar no tempo e relembrar a minha avó materna, pois parte do que sou hoje devo-lhe a ela. O meu avô paterno raramente o via, devido a pouca proximidade. Este foram os únicos avós que conheci.
Um dia há-des visitar a campa do teu avô...
Beijinhos!
João...
Quanto a batatas ... confesso, lá para o fim já dispensava o sachinho e me ficava pela recolha ... o que podia acontecer, ora sentada, ora já deitada mesmo na terra :D
A minha avó está melhor, graças a Deus!!
Beijos
Lampejo
Que bom que gostaste. às vezes esquecemos quão importante são as nossas origens...
Vou sim, estou certa disso!!
Beijo
Silêncio culpado
Não é meu apanágio cortar, limitar ou apagar qualquer comentário aqui feito. Não o fiz, nem o farei.
Mas não deixarei de dizer que acho de profundo mau gosto, e principalmente num post com este teor, vir deixar uma mensagem destas.
Quanto aos professores ... e quem fala das outras categorias profissionais??
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