É fácil perceber como se projectam as construções dos edifícios, é fácil perceber que envolvem uma multiplicidade de saberes em diversas áreas, como a Arquitectura ou a Engenharia. Dos esboços ao projecto delineado no papel, das apresentações powerpoint, das maquetes, até vê-los começar a tomar forma, tornarem-se reais, palpáveis, percorrem-se muitas etapas, mas chegará a hora em que se dá a inauguração, em que se pode entrar no projecto idealizado, usufruir dele, vivê-lo.
E com as pessoas, poderá o mesmo acontecer? Nunca tinha pensado nisto até ver materializar-se à minha frente aquele que tanto idealizei, sonhei, escrevi... Eu escrevi-o vezes sem conta no papel, dediquei-lhe poemas, descrevi-o, elogiei-o... fiz dele a personagem principal duma vida sem cor. Quando o escrevia, iluminava-se a Esperança e mesmo quando o sentia triste, alimentava-me a alma porque era Amor. Não interessa se era possível, se era impossível... era Amor que eu escrevia no papel... e afinal... existia, e mesmo agora, não interessa se é, ou não, possível!
Quem me lia chegou a confessar-me sofrer com as minhas personagens, mesmo sem saber se seriam reais. De facto, em última análise, só quem escreve sabe a intenção com que está a escrever, o sentido que atribuí às palavras. Mistura realidade com ficção, sem que quem lê possa alguma vez ter a certeza de qual é a parte real ou não. Só quem escreve sabe o que lhe vai na alma, porque quando é lido pode ter milhentas interpretações diferentes que vão depender sempre, mas sempre, de um misto de sensibilidade e preconceito do outro, sem que isto seja, de todo, negativo.
Refugiei-me em tempos na escrita, como uma construção de vontades, de desejos, de sonhos... uma construção de caminhos para a Felicidade. Sabemos que poderá haver vários, uns mais sinuosos que outros, mas que devemos vivê-los intensamente porque não lhe conhecemos a distãncia. A Felicidade pode estar ali, ao virar da esquina, à distância de uma tecla... mas também pode estar lá muito longe, e o caminho até ela deve ser o mais prazeiroso que se puder.
Gosto da construção positiva, gosto de pensar que nada nos meus projectos idealizados possa prejudicar terceiros, em nada na vida. No amor, no trabalho, na amizade. Mas também sei que para tudo na vida só é preciso haver dignidade!
No amor, jamais usarei de esquemas, recuso-me - limito-me a vivê-lo, e se ele, o amor, tiver que ser meu, acabará por ser. Qualquer coisa que eu faça para o tentar conquistar de forma menos clara ou digna, acabará por se voltar contra mim um dia e não correrei esse risco, gosto de um amor livre, com asas para poder voar e regressar se for de facto amor. Não que isto queira dizer que não lute pelo meu amor, luto sim... apenas sem esquemas.
No trabalho, cumpro o meu dever e talvez algo mais. Jamais me refugio nos erros dos outros para incorrer nos meus próprios. Erro, assumo, corrijo se for possível. Não existe grande disputa porque não há o quê disputar, talvez apenas o respeito e consideração de quem manda - esse sei que já granjeei, as invejas não me atingem e ainda que tentem pregar-me algumas rasteiras disfarçadas, cá estou para me esquivar delas e ainda, se necessário for, ser de ajuda em qualquer circunstância.
Na amizade, a confiança! Bom, a confiança é condição essencial como base de sustentação de qualquer relação, seja amorosa, profissional e de amizade claro. Mas falando de amizade, o saber que se pode falar dos nossos piores defeitos, das nossas maiores asneiras, de nós genuínamente e saber que do outro lado teremos ouvidos atentos, abraços sinceros e se não palavras, um silêncio acolhedor - é do que melhor se pode esperar numa amizade. E para assim ser só pode ser recíproco, tem de ser. E é!
Sinto-me orgulhosa do que construí até aqui. Sinto-me orgulhosa de ter idealizado algo que se tornou realidade.
Sinto-me orgulhosa de TI! Por seres quem és e como és!
[BLOG ENCERRADO]
domingo, 11 de maio de 2008
A Construção...
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