quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Angústia na noite...


No direito de ser,
grito e semeio a minha dor ...
Amanhã já nada resta
do último grito que é hoje
Amanhã já é tão tarde ...
Imaginei palavras para o silêncio
Inventei abraços impossiveis
O meu sorriso fechou-se para balanço
Os meus lábios já não são bebíveis
Cheguei e bati bem fundo,

MAS ...Depois escrevi: REAGE!
Como um náufrago escreveria TÁBUA ...
E parti inteira,
Rasgada em mil pedaços ...

Adaptado [2006/04/19]

Posted by Picasa

4 comentários:

Anónimo disse...

A angústia da noite dissolve-se no dia seguinte.

De manhã, as coisas podem não estar bem, mas nunca estão tão mal como projectamos na madrugada anterior.

Fica o beijinho

Unknown disse...

João,

A sensibilidade do momento dita a intensidade da angústia. Ela (a angústia) pode ser passageira, pode ser residente ou pode ir e vir a seu bel prazer tirando proveito da nossa sensibilidade a cada momento...

Mas estamos vivos ;)

Beijo

Celso Rosa disse...

Olá! Obrigado pela tua visita ao meu blog e pelo teu comentário, eu prometo que vou tentar "ler-te" também... Quanto a Angola, minha terra natal, tenho lá ido nos últimos tempos e tudo o que sinto é estranho, confesso, mas também esses sentimentos confusos e contraditórios servem, ao fim do dia, para compôr algumas ideias. Gostei deste teu pequeno texto, especialmente do termo REAGE! Mas por vezes é difícil. Por vezes no local onde o náufrago se encontra pode não existir onde escrevê-lo. Parabéns e até breve.
Celso Rosa

Unknown disse...

Olá Celso

Obrigada por teres vindo até aqui :)
Compreendo os teus sentimentos contraditórios em relação à nossa terra natal, mas sinto como que seja algo que tenho de fazer: conhecer o sítio em que nasci... a seu tempo.
É difícil sim, reagir... mas temos que sempre tentar...às vezes sim, às vezes não ...

Obrigada e volta sempre...