segunda-feira, 2 de julho de 2007

António Gedeão


Os meus olhos são uns olhos

E é com esses olhos uns

Que eu vejo no mundo escolhos

Onde outros, com outros olhos,

Não vêem escolhos nenhuns.


Quem diz escolhos diz flores.

De tudo o mesmo se diz.

Onde uns vêem luto e dores

Uns outros descobrem cores

Do mais formoso matiz.


Nas ruas ou nas estradas

Onde passa tanta gente

Uns vêem pedras pisadas,

Mas outros gnomos e fadas

Num halo resplandecente.


Inútil seguir vizinhos,

Querer ser depois ou ser antes.

Cada um é seus caminhos.

Onde Sancho vê moinhos

D. Quixote vê gigantes.




Vê moinhos? São moinhos.

Vê gigantes. São Gigantes.





1 comentário:

lampejo disse...

Os olhos captam o que nos rodeia consoante a nossa sensibilidade, e forma de viver...
Beijinho.