Os meus olhos são uns olhos
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde outros, com outros olhos,
Não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
Uns outros descobrem cores
Do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
Onde passa tanta gente
Uns vêem pedras pisadas,
Mas outros gnomos e fadas
Num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
Querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes. São Gigantes.
1 comentário:
Os olhos captam o que nos rodeia consoante a nossa sensibilidade, e forma de viver...
Beijinho.
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