sábado, 28 de julho de 2007

Infância

Eu


Lembrei-me agora nem sei bem porquê, mas dei por mim lembrando uma cena da minha infância, mas daquela infância da escola primária mesmo...

Fiz a escola primária na Amadora, e um dos nossos passeios um dia foi ao Parque do Alvito (acho que assim se chama) em Lisboa... isto nos early 80.

No meio de correrias, brincadeiras, muita galhofa... havia muita gente e não sei sequer se existiria naquela altura a preocupação de hoje na segurança das crianças, penso mesmo que não, talvez não houvesse mesmo essa necessidade, eramos todos tão mais livres, tão mais felizes ...
Havia também uma senhora que vendia nougats, chapéuzinhos de chocolate e aquelas tabletes Regina maravilhosas, as tradicionais de chocolate e aquela amêndoa bem partidinha, e umas outras com sabor a anánas, morango, etc ... (só de recordar me cresce água na boca...)

Pois no meio de uma brincadeira qualquer, encontro no chão um desses chocolates. Recordo que não precisei pensar duas vezes até decidir a devolução à vendedora (mesmo ali ao lado) da pequena tablete (diz-se assim!?), perante os olhares escandalizados dos amigos que já se viam a saborear o dito chocolate...
Como recompensa pela minha atitude, e já na presença da minha professora, recebi essa mesma tablete ... fiquei super orgulhosa e, como sempre... coradissíma :)

À distância de vinte e tal anos (Puxa, o tempo passa:D) concluo que nessa altura já tinha um apurado sentido de justiça que muitos confundiam e confundem com: ser otária e até autoritária... E como sempre, ou não tivesse eu por natureza o nariz arrebitado ... não estou nem aí!!

Chamam-me irreverente e... eu até gosto :)


Não sei porque me vieram estas lembranças... mas souberam-me bem, souberam-me a tempos muito felizes para mim, e pensar que eram tempos tão difíceis para os meus pais ... Como é bom ser ingénuo, ser criança, ser verdadeiro e puro...


Bom fim de semana...

4 comentários:

Anónimo disse...

Que lindo o teu achado,recuperado .... REVERENTÍSSIMA amiga.

Anónimo disse...

Olá amiga!

Gostei do post, mesmo!
A tua infância faz-me viajar à minha, até porque ao que parece somos de uma geração muito próxima, ou não tivesse eu nascido em 1979.

Recordei alguns passeios que fiz em miúdo, as horas que passei a riscar o chão com giz (para desenhar a "Sirumbra", a "macaca" e tantos outros jogos da altura), isto a somar aos kms e kms que fiz na minha bicicleta horrivel (sim! porque quando todos já tinham ums belas BMX's, andava eu com uma pasteleira Vilar...nem amortecedores, nem mudanças :) Estes Kms foram feitos numa rua com 100 metros, onde eu só poderia andar ( referência do meu pai) entre os dois caixotes de lixo que havia nos extremos da rua e porquê? Porque eles estavam a uns 20 metros do fim da rua e assim e não fazia meia-volta em cima da curva... Um pai sempre atento e preocupado
( Ainda ontem tive o prazer de o receber cá em casa e de lhe cozinhar um belo bacalhau à brás... nunca o tinha feito mas sei que era um prato que a sua mãe lhe fazia bem... arrisquei e não é que estava muito bom, foi bom estar com ele...)

Realmente, tb eu acredito que os pais da altura não tinha as preocupações de hoje, apesar de perceber que alguns dos meninos(as) desparecidos(as) reportam aos anos em que os nossos pais nos deixavam a brincar, numa boa, num qualquer espaço público... Também é uma verdade que mesmo esses casos de 1983,1985 e por aí fora, são muito poucos, pelo que me apercebo, em relação aos casos de agora.

Uma coisa é certa, essa não era uma preocupação dos nossos pais, nem nossa (como filhos) e apesar de não me considerar paranóico, hoje tenho essa preocupação e acabo por a projectar nos miúdos para que eles estejam atentos e informados... Cá em casa são 4, sabes? 9 meses, 2 anos, 6 e 10.

Um beijo grande, mais uma vez parabéns pelo post e OBRIGADO pela viagem que me ofereceste ;)

lampejo disse...

A tua história se vem provar que o sentido de justiça, também tem as as suas recompensas.
também penso assim...
Beijinhos!

Unknown disse...

Bastos,

Sempre BABADISSÍMA com as suas palavras! Não estranhe a minha ausência "do outro lado"... são fases mas não esqueço!

Amigo jnavarro,

Fiquei muito contente com o teu comentário. muito podiamos falar das nossas vivências de infância, e prometo mais alguns posts sobre isso. Sabes, eu nem bicicleta tive, mas andava na da minha prima que é da tua idade, e quando ia a casa dela, num local mais sossegado do que a minha casa que era na rua principal da Amadora, andava sempre imenso... até experimentei um mortal quando resolvi travar numa descida com o travão da frente... imagina :)
Muitas histórias, muitas memórias ... felizes!
Falaremos! Obrigada!

Beijinhos

Lampejo,

Algo mais em comum ao que parece :) Sabes, quando digo que às vezes me confundem com autoritária é no sentido de que quando acredito em algo, não cedo ... vou até às últimas consequências. Porém, sou a primeira a dar o braço a torcer se se concluir que estou errada. Sem falsas modéstias ;)

Beijinhos